Com a água dentro de casa, moradores da região sofrem mais um dia de caos
“Estou com a água na altura do joelho. Moro em Cubatão há quatro anos e nunca vi a cidade deste jeito”. O desabafo é da dona de casa Andressa da Silva, de 24 anos. Além do prejuízo financeiro, já que em quatro anos, mais de quatro vezes as mobílias de sua residência já foram trocadas, Andressa teme pela saúde do filho, de apenas 5 anos.
A dona de casa mora na Vila Esperança, próximo ao Viaduto da Cidade e conta que há quatro anos sempre enfrentou transtornos com as chuvas. “Perdi as contas de quantas vezes tive minha casa alagada. Desta vez, perdi até as gavetas do meu guarda-roupa”.
Atualmente desempregada, a dona de casa colocou tudo o que pôde para cima, a fim de evitar uma tragédia maior. “A geladeira e o fogão são novos. Coloquei eles em cima de um banco. Mas estou com muito de medo de perder minha TV”. O equipamento, segundo a moradora, está sob uma estante de madeira, que ameaça desabar caso a água da chuva não escoe.
Caos na Baixada Santista
Além de Andressa, centenas de moradores da Baixada Santista viveram um dia de caos por causa da chuva que atinge a região desde a noite deste domingo.
São Vicente, Santos e Cubatão foram os municípios mais prejudicados.
Em Santos, de acordo com a Defesa Civil, os morros entraram em estado de atenção. O índice pluviométrico acumulado até o meio-dia é de 131,4 mm, o equivalente a quase metade do índice histórico de todo o mês de fevereiro, que é de 274 mm.
Na Cidade foram registradas duas ocorrências de queda de muro, uma no Morro do Saboó e outra no Morro Santa Maria, e três pequenos deslizamentos de terra nos morros São Bento e Penha. Não houve interdições de moradias.
De acordo com a dona de casa Sueli de Siqueira, de 52 anos, a situação em Mongaguá não é diferente. "Moro aqui há apenas um ano e sempre que chove é um problema. A Prefeitura precisa tomar alguma providência. Tem muitas casas alagadas aqui. A minha está um aguaceiro só".
Ainda conforme a dona de casa, já foram feitos alguns abaixo-assinados solicitando o auxílio do poder público, mas até agora nada foi feito.
Em São Vicente, Jóquei Clube, Catiapoã, Jardim Guassu, Parque São Vicente, Vila Margarida, Parque Bitaru e Vila São Jorge são os bairros mais prejudicados. Vários trechos das linhas Vermelha e Azul estão embaixo d’água.
Já em Cubatão, algumas famílias que moram em áreas de risco, tiveram que deixar suas casas durante a madrugada. A Defesa Civil ainda não informou o balanço de famílias desabrigadas. Houve deslizamentos no Pilões e na Cota 95 e, por conta da cheia do Rio, várias ruas ficaram alagadas.
A Prefeitura de Cubatão remove moradores das áreas de risco nas encostas da Serra do Mar, principalmente da Cota 95, Grotão e Pilões, para o antigo abrigo feminino, na Rua Fernando Costa, em caminhões e ônibus, já que as fortes chuvas impedem a passagem de automóveis.
Nas últimas 24 horas a Cidade registrou 195,8 milímetros de chuva, o equivalente a 15 dias de chuvas normais. A prefeita Marcia Rosa determinou alerta para o atendimento às necessidades emergenciais que estão sendo provocadas pelas chuvas. A Defesa Civil realizou nesta segunda-feira 52 inspeções em imóveis na cidade.
O coordenador do Grupo Executivo das Cotas, Wagner Moura, e outros secretários tentam convencer as famílias a saírem do local, face ao risco iminente em que se encontram.
Fonte: http://www.atribuna.com.br/
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