sábado, 26 de fevereiro de 2011

HABITAÇÃO: primeiras unidades habitacionais do PAC são entregues em Guarujá


A Prefeitura de Guarujá entrega neste sábado as primeiras unidades habitacionais do Complexo Prainha, construídas por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC I), em parceria com o Município.

As 38 famílias receberão as chaves das casas às 14h30, mas a programação tem início às 10 horas com diversas atividades gratuitas para população, seguindo até às 17 horas. O evento ocorre na Rua Projetada, 18 - próximo à subestação da Codesp, com entrada pela Rua Castro Alves.

O empreendimento conta com 174 unidades que englobam as construções no bairro. No total, 1.084 famílias ganharão novas moradias, sendo que 910 serão removidas para o Parque da Montanha. O valor do investimento das primeiras casas foi de R$ 1.425.940,44.

Cada unidade possui dois quartos, cozinha, sala, banheiro e área de serviço. O imóvel será entregue no contrapiso, mas pronto para habitar. Posteriormente, o morador que desejar pode adequar ao seu gosto. No condomínio, os moradores contarão com jardim e amplo espaço para lazer.

Na segunda etapa do Complexo Prainha, serão construídas mais 136 moradias. As obras foram iniciadas, com serviços de tubulação, esgoto, drenagem e rede de água.

As primeiras unidades da segunda fase devem ser erguidas no início de março. Conforme as 38 famílias saírem de suas antigas moradias, os imóveis serão demolidos e no local serão erguidas as novas unidades.

Ação e cidadania

Dentre as atividades programadas de ação e cidadania estão: orientação do Bolsa Família, emissão de cartão SUS e carteira de trabalho, aferição de pressão arterial, orientação sobre dengue, distribuição de preservativos, exposição das pipas com segurança e orientação de primeiros socorros.

Para as crianças, serão montados brinquedos e haverá distribuição de algodão doce e pipocas. Haverá ainda a apresentação da Banda Marcial de Guarujá e muito samba no pé, com a presença das escolas de samba Mocidade Amazonense, Guarujá e Prainha.

Fonte: http://www.atribuna.com.br

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Veto à resolução contra assentamentos ilegais filiou Obama ao Likud


Se houvesse um governo responsável em Israel, teria parado com a construção de assentamentos há muito tempo. Se os EUA tivessem agido como uma superpotência, teriam votado pela resolução que despertasse Israel do seu sono perigoso. Israel, que é condenado pelo mundo inteiro mas continua alegremente desse jeito, é um país que está perdendo sua conexão com a realidade. É também um país que vai se encontrar, afinal, jogado à própria sorte. É por isso que a decisão dos EUA prejudica os interesses de Israel. O artigo é de Gideon Levy.

Gideon Levy - Haaretz


Na semana passada o Likud ganhou um novo membro – e não apenas no partido da situação, mas na sua ala mais à direita. Situado em algum lugar entre Tzipi Hotovely e Danny Danon, o presidente Barack Obama foi para a direita de Dan Meridor e Michael Eitan e enfraqueceu a posição deles.
O primeiro veto dos Estados Unidos do mandato de Obama, um veto que em vão ele prometeu não usar como seus predecessores o fizeram, foi um veto contra a chance e a oportunidade de mudança, um veto contra a esperança. Esse não é um veto amigável para Israel; ele apoia os assentamentos ilegais e a direita israelense; e somente eles.

As desculpas do embaixador estadunidense na ONU não ajudarão; tampouco as palavras de agradecimento do gabinete do primeiro ministro. Esse é um passo nada menos que hostil a Israel. Os EUA, do qual Israel depende mais do que nunca, diz sim aos assentamentos ilegais. Esse é o único significado de sua decisão, e ao fazê-lo, apoia o empreendimento mais danoso a Israel.

Mais ainda, faz isso num momento em que ventos de mudança estão soprando no Oriente Médio. Uma promessa de mudança foi ouvida na América, mas o país continuou com suas respostas automáticas e seu apoio cego à construção de assentamentos israelenses. Não serão os EUA que terão condições de mudar sua posição relativa aos povos da região. E Israel, um pária internacional, mais uma vez viu-se apoiado unicamente pelos EUA.

Isso deveria estar perturbando todo israelense. É isso que nós somos? Isolados e condenados? E tudo pela continuação desse empreendimento sem sentido? Isso realmente vale à pena? Dar as costas para a ONU e ter o mundo inteiro contra nós?

Não podemos nos confinar nessa redoma de aço para sempre. Devemos abrir os nossos olhos e entender que se nenhum país, fora a enfraquecida América, apoia esse capricho nosso, então algo fundamental está errado aqui.

Israel, que é condenado pelo mundo inteiro mas continua alegremente desse jeito, é um país que está perdendo sua conexão com a realidade. É também um país que vai se encontrar, afinal, jogado à própria sorte. É por isso que a decisão dos EUA prejudica os interesses de Israel. Ela continua a cegar e a assombrar Israel com o pensamento de que ele pode seguir em frente, assim, para sempre.

Um Estados Unidos amigavelmente preocupado com o destino de Israel deveria ter dito não a esse veto. Uma América que entende que os assentamentos são um obstáculo deveria fazer coro na sua condenação. Uma superpotência que quer fazer a paz num momento em que os povos árabes se levantam contra seus regimes e contra os EUA e Israel, deveria ter entendido que deve mudar as velhas e más regras do jogo do apoio líquido e certo ao seu aliado viciado em assentamentos.

Uma América amigável deveria ter se mobilizado para salvar Israel dessa dependência. Só ela pode fazer isso, e deveria ter começado, tardiamente, no Conselho de Segurança na sexta-feira (18/02).

Mas as promessas de mudança e de verdadeira preocupação com Israel são uma coisa, enquanto o comportamento diplomático é outra: mais um veto automático é como se nada tivesse mudado. Obama ou George W. Bush, não há diferença. Quando a embaixadora Susan Rice disse que o esboço da resolução poderia fazer retroceder as posições de ambos os lados e encorajar um recuo nas negociações, ela se enganou. Ela sabe que o que evita negociações e torna as posições mais difíceis é a construção continuada nos assentamentos.

E quando o Ministro do Exterior de Israel diz que é “peculiar que o Conselho de Segurança escolhesse um só simples aspecto para considerar” das negociações israelo-palestinas, “enquanto ignora uma visão mais ampla dos acontecimentos em nossa região”, ele também enganou. O porta-voz do ministro acredita mesmo que há alguém sério que poderia concordar com Israel criando fatos consumados, sem permissão nem obstáculos?

E chamar a isso de “um simples aspecto”? Talvez seja apenas um, mas é certamente o mais destrutivo. E por isso é aquele que o mundo deveria condenar – corretamente.

Mais ainda, esse veto não foi dado em dias comuns. Estes são dias de ebulição na região. Se houvesse um governo responsável em Israel, teria parado com a construção de assentamentos há muito tempo – não apenas para desviar o fogo de Israel, mas para promover um acordo que nunca foi tão vital para si.

Se os EUA tivessem agido como uma superpotência, teria votado pela
resolução, na sexta-feira, que despertasse Israel do seu sono perigoso. Em vez disso, temos um veto hostil de Washington, berros de alegria de Jerusalém e uma festa que terminará muito mal para ambos.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br

O que falar de Dilma?



Marcos Coimbra

Pelo que parece, a “grande imprensa” vai passar quatro anos a se remoer. Achava que a presidenta seria cópia piorada de Lula. Dá-se o caso que, neste início de governo, ela surpreendeu a mídia. Exatamente no que menos
se esperava: está fazendo, desde o primeiro momento, o governo dela

É engraçado ler nossa “grande imprensa” nos dias que passam. Seus colunistas e comentaristas vivem momentos difíceis, dos quais tentam escapar com saídas cômicas.

A raiz de seus problemas é que não sabem como lidar com Dilma Rousseff. Talvez achassem que seu governo seria óbvio. Que ela seria uma personagem que conseguiriam explicar com meia dúzia de ideias prontas.

Imaginavam, talvez, que o compromisso que ela assumiu com a continuidade do trabalho de Lula faria com que ficasse de mãos atadas. E, quando ela confirmou vários ministros e auxiliares do ex-presidente na sua equipe, devem ter tido certeza de que suas expectativas se confirmariam.

Achavam que Dilma seria uma cópia carbono de Lula. Piorada, naturalmente, pois sem sua facilidade de comunicação e carisma. Estava pronta a interpretação do novo governo: na melhor das hipóteses, uma repetição sem brilho das coisas que conhecíamos. Para quem, como nossos bravos homens e mulheres da “grande imprensa”, achou que o governo Lula havia sido uma tragédia, o de Dilma seria uma farsa. Como dizia o velho Karl Marx, quando a história se repete, é isso que acontece.

Dá-se o caso que, neste início de governo, Dilma os surpreendeu. Exatamente naquilo que menos esperavam: está fazendo, desde o primeiro momento, o governo dela.

Não há sinal mais evidente que a mudança que experimentou a parcela do ministério que manteve. Ficaram parecidos com os novos. São ministros dela e não ex-ministros de Lula.

Na verdade, esse é apenas um sintoma de que, em pouco mais de um mês, o governo Lula virou passado. Algo que era difícil antever aí está. Em grande parte, porque Dilma ocupou seu lugar, deixando claro que não é igual ao antecessor.

A “grande imprensa” brasileira estava preparada para essa hipótese, mesmo que a achasse improvável. Era o cenário da crise entre criador e criatura, tão frequente na política, que vem na hora em que o “poste” se rebela contra quem lhe deu vida. Não era pequena a torcida em favor desse desfecho: Dilma desentendendo-se com Lula, este aborrecido, ela enciumada, ele se sentindo traído, ela sozinha no Planalto.

Não é isso o que está ocorrendo. Lula não parece achar errado que Dilma tenha se sentado na cadeira que ele ocupou por oito anos e começado a governar desde o primeiro dia.

A frustração de perceber que quase nada do que imaginava está se verificando tem levado a “grande imprensa” a atitudes patéticas. Não há maior que a recusa em aceitar a decisão de Dilma de ser tratada como presidenta.

A insistência dos “grandes veículos” em só designá-la como presidente é pueril. Na língua portuguesa, as duas palavras existem, o que faz com que qualquer uma possa ser empregada. Se Dilma escolheu uma, que argumento justificaria negar-lhe o direito de usá-la?

É provável que os historiadores do futuro achem graça da implicância de nossos “grandes jornais”. Seu consolo acabou sendo pequeno: o que lhes resta é pirraçar, bater pé e chamá-la “presidente”. Um dia, quem sabe, farão como os jornalões argentinos, que acabaram respeitando a mesma opção de Cristina Kirchner (os jornais chilenos, mais educados, nunca recusaram a prerrogativa a Michelle Bachelet).

Nesta semana, nossos vibrantes “grandes jornais” passaram a achar ruim que Dilma houvesse feito uma foto colorida para acrescentar à galeria dos presidentes da República. Queriam que fosse em branco e preto, talvez por picuinha. Sugeriram que ela quer “aparecer demais”.

E assim vamos. Pelo que parece, a “grande imprensa” vai passar quatro anos se remoendo.


Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi. Também é colunista do Correio Braziliense.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br