terça-feira, 5 de março de 2013

Morre aos 58 anos o presidente da Venezuela Hugo Chávez

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu na tarde desta terça-feira, aos 58 anos, em Caracas. Ele lutava contra um câncer desde junho de 2011 e, após realizar um tratamento em Cuba contra a doença, havia voltado ao país natal em fevereiro deste ano. Desde que foi reeleito mais uma vez, em outubro de 2012, o líder venezuelano apareceu em público poucas vezes, a maioria delas para liderar conselhos de ministros no Palácio de Miraflores. Chávez também deixou de utilizar frequentemente sua conta na rede social Twitter. A falta de informações e detalhes sobre a doença e a presença menos frequente de Chávez em eventos desde que anunciou a luta contra o câncer alimentaram os rumores de que seu estado de saúde poderia ser mais grave do que o governo queria divulgar. Em 30 de junho de 2011, o presidente confirmou que havia sido operado em razão de um câncer. Chávez voltou à Venezuela dias depois e voltaria a Cuba nos meses seguintes para sessões de quimioterapia. Em pronunciamento, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu que o povo venezuelano enfrente este momento "com o amor que Chávez ensinou". O vice-presidente encerrou a fala com a frase: "Viva Hugo Chávez! Viva para Sempre". Por causa da morte do presidente da Venezuela, a presidente Dilma Rousseff cancelou a viagem que faria à Argentina na próxima quinta-feira. Ela iria a El Calafate para reuniões bilaterais com a presidenta argentina, Cristina Kirchner. O governo da Argentina também confirma o cancelamento das reuniões. Dilma e Cristina devem comparecer ao velório de Chávez. Cristina Kirchner também suspendeu toda a programação oficial desta terça-feira, após o anúncio da morte de Chávez. A presidenta argentina tinha planejado anunciar investimentos na educação, que foi cancelado de última hora. História Hugo Chávez assumiu a Presidência da República pela primeira vez em 1999 e foi duas vezes reeleito para o cargo – a última delas em outubro do ano passado, quando derrotou Henrique Capriles. Como paraquedista militar, Chávez sempre se orgulhou da disposição física. Era praticante de beisebol e fazia caminhadas diárias. No ano passado, admitiu estar com câncer. Chávez foi internado em Havana, Cuba, para três cirurgias de urgência. Em uma delas, o presidente informou ter retirado um tumor da região pélvica. Dias depois confirmou que estava com câncer. Informações atribuídas a assessores indicaram duas suspeitas para o tumor de Chávez: no cólon ou na próstata. Em dezembro de 2012, Chávez retornou a Cuba para mais uma cirurgia. Antes de deixar a Venezuela, pediu à população para que, na eventualidade da sua ausência, apoiasse o vice-presidente, Nicolás Maduro. A reação de Chávez surpreendeu e foi interpretada como a antecipação da transmissão do cargo de presidente. Imediatamente à partida de Chávez, foi aberta uma disputa política interna no país entre governistas e oposicionistas. Chávez ficou mais de dois meses em Cuba. Depois, retornou à Venezuela. No comando do governo durante 12 anos, a palavra de ordem de Chávez foi a Revolução Bolivariana em defesa da unidade latino-americana e da melhoria da condição de vida dos mais pobres. Definindo-se como socialista, o presidente era um crítico do neoliberalismo, da globalização e da política norte-americana. Também se dizia defensor do nacionalismo adotando medidas estatizantes e causando temores em investidores externos, segundo especialistas. Desde 2000, Chávez promoveu a nacionalização de vários setores da economia do país. Inicialmente, estatizou a siderúrgica Sidor – responsável por 85% da produção de aço no país – no mesmo período, ele começou o processo de nacionalização da empresa Petróleos de Venezuela (PDVSA), ação concluída em 2007. No ano passado, o presidente da Venezuela anunciou a nacionalização de 11 plataformas de petróleo norte-americanas vinculadas à empresa Helmerich & Payne. Anteriormente, foi anunciada a estatização de fábricas do México, da França e da Suíça. Na sua gestão, o venezuelano adotou como base as ações que se destinam à política assistencial envolvendo campanhas de alfabetização, de combate à desnutrição e à pobreza. Ao mesmo tempo, ele instaurou um regime militar rigoroso no país, modificou a Constituição – permitindo a reeleição sucessivas vezes – e alterou o sistema de funcionalismo público. O estilo Chávez de conduzir a política interna e se manifestar sobre as questões externas dividia opiniões. Amigo de Fidel Castro, ex-presidente de Cuba, Muammar Khadafi, então líder da Líbia, e Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, entre outras autoridades, o venezuelano não se esquivava de defender as pessoas próximas a ele. Em 2005 e 2006, ele foi incluído entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista britânica The Time. (...). FONTE: http://www.atribuna.com.br/