sexta-feira, 28 de maio de 2010
Biografia de José Serra
Segue abaixo uma verdadeira biografia de José Serra, onde pode-se analisar friamente, porque o mesmo não reúne condição alguma para suceder Lula.
Biografia completa de josé Serra:
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José Serra tem 68 anos é paulista, filho único de italianos. Seu pai era um bem sucedido comerciante no ramo de frutas. José Serra foi criado em uma ampla e confortável casa na Mooca, São Paulo.
Quando Serra tinha 11 anos, sua família mudou para uma luxuosa casa em São Paulo na Rua Antônio de Gouveia Giudice, no bairro nobre de Alto Pinheiros.
Imóvel não era problema para a rica família Serra, que passava férias no Rio. Um dos espaçosos apartamentos foi cedido para Serra utilizar, exclusivamente, como esconderijo seguro para os grupo terrorista Ação Popular do qual foi um dos fundadores, que pouco tempo depois viriam a praticar atentados, roubar e seqüestrar.
Serra, neste período, ajudou a fundar a Ação Popular (grupo radical e adepto da luta armada que explodiu o aeroporto de Guararapes em 25/07/1966).
Quando presidente da UNE vivia encangado na barra da calça de Jango.
Aos 18 anos, Serra ingressou no curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, o qual nunca concluiu. Com o golpe militar de 1964, ele exilou-se na Bolívia, no Uruguai e, em seguida, no Chile, onde fez o “Curso de Economia” da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), de 1965 a 1966, especializando-se em planejamento industrial. Apenas 2 (dois) anos de curso! Quer dizer, não é um curso superior formal. Depois disso, fez mestrado em Economia pela Universidade do Chile (1968), da qual foi professor entre 1968 e 1973. Em 1974, fez Mestrado e Doutorado em Ciências Econômicas na Universidade Cornell, nos Estados Unidos, sem nunca ter concluído uma faculdade. Como foi possível isso? No Chile e nos EUA não é exigido curso superior para fazer pós-graduação, o que não é permitido aqui no Brasil. Além disso, os cursos de pós-graduação que Serra cursou na Cornell (com que dinheiro não sei, porque são caríssimos) não são “strictu senso“ mas “lato senso“ como os fornecidos pela rede privada aqui no Brasil. Em suma: não valem nada em termos acadêmicos. Serra permaneceu 13 anos longe do Brasil. Autoexilando-se (ou melhor, fugindo) no Chile, junto com FHC ao invés de lutar pelo povo contra a ditadura. Na volta ao Brasil, logo locupletou-se com as elites brasileiras.
Em 1978, Serra iniciou a sua carreira política, que este ano completa 32 anos. Teve sua candidatura a deputado impugnada, pois estava com os direitos políticos suspensos devido à explosão do aeroporto de Guararapes. Foi admitido como editorialista do jornal que também apoiou a ditadura (Folha de São Paulo).
Em 1983, Serra iniciou, efetivamente, a sua carreira como gestor, assumindo a Secretária de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, quando fez um péssimo trabalho. Braço direito do governador Montoro, não conseguiu sequer arrumar as finanças do Estado, sucateando ainda mais a Educação e a Saúde.
Em 1986, Serra foi eleito deputado constituinte, e teve um dos piores desempenhos, como pode-se conferir abaixo:
a) votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;
c) votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;
d) votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;
e) negou seu voto pelo direito de greve;
f) negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;
g) negou seu voto pelo aviso prévio porcional;
h) negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;
i) negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;
j) negou seu voto pela garantia do salário mínimo real;
Fonte: DIAP — “Quem foi quem na Constituinte”;pág. 621.
Serra foi um dos fundadores do PSDB, em 1988. Foi derrotado por Luiz Erundina, (á época do PT), nas eleições para prefeito de São Paulo. Em 1990, foi reeleito deputado federal quando teve novamente péssimo mandato.
Em 1994, Serra foi um dos grandes apoiadores do Plano de Privatização de Fernando Henrique Cardoso, deixando um rastro de enormes prejuízos para o povo brasileiro:
· 166 empresas privatizadas entre 1990 e 1999;
· 546 mil postos de trabalho extintos diretamente;
· 17,1% dos 3,2 milhões de empregos formais perdidos na década.
(Fontes: Pochmann, Márcio. A década dos mitos. São Paulo, Editora Contexto, 2001. Biondi, Aloysio. O Brasil privatizado. São Paulo, Editora Perseu Abramo, 2001)
Depois foi eleito senador por São Paulo, em seguida, assumiu o Ministério do Planejamento, onde por pura incompetência deixou o país à mercê de um racionamento durante o famoso “apagão” no governo FHC que durou oito meses.
Em 1998, José Serra assumiu o Ministério da Saúde. Junto com FHC, zerou o investimento na área de saneamento, o que causou a propagação de várias doenças no país. Além disso, José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar os focos do Aedes Aegypti. Dos R$ 81 milhões gastos em publicidade do seu ministério em 2001, apenas R$ 3 milhões foram utilizados em campanhas educativas de combate à doença. O resultado desta política criminosa se fez sentir no Rio de Janeiro que, entre janeiro e maio de 2002, registrou 207.521 casos da dengue e a morte de 63 pessoas.
Em 2002, Serra candidatou-se à Presidência, sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.
Em 2004, Serra elegeu-se Prefeito de São Paulo e prejudicou sua já arranhada imagem ao mentir para o povo de São Paulo quando no debate da Band, diante de Boris Casoy, afirmou que em caso de não cumprir a promessa, que seus eleitores nunca mais votassem nele. Disse ainda que “embora alguns candidatos adversários gostem de dizer que eu sairei candidato à presidência da República ou ao governo do estado, eu assumo esse compromisso, meu propósito, minha determinação é governar
São Paulo por quatro anos”. Deu sua palavra em rede nacional e depois voltou atrás, mentindo para o povo.
Em 2006, Serra elegeu-se Governador de São Paulo (confirmando que mentira mesmo ao povo), cargo que exerceu até o último dia 31 de março de 2010. O governo foi marcado pela tragédia no Metrô e o escândalo no Caso Alstom.
É o candidato natural da oposição à Presidência da República. Oposição esta composta pelo PSDB (partido à qual pertence o chefe do mensalão mineiro, Eduardo Azeredo e Yeda Crusius, governadora do RS, envolvida em um escândalo no Detran daquele estado). Ainda possui aliança com o DEM (partido do mensalão do DF no qual o ex-governador e principal operador do esquema, José Roberto Arruda, iria ser o candiato à vice de José Serra).
Como se vê, a biografia de José Serra nos revela como é perigoso para o povo brasileiro uma catastrófica vitória deste político "inventado" pela mídia nas próximas eleições. Sua candidatura representa a elite e possui o único intuito de deixar o povão cada vez mais distante das melhorias promovidas pelo governo Lula.
A biografia de José Serra revela ainda que, um homem aliançado com o DEM de José Roberto Arruda , ACM Neto e cia., e que anda de mãos dadas com políticos como FHC, Eduardo Azeredo e Yeda Crusius, não pode merecer qualquer crédito.
FONTE: http://blogdovelhocomunista.blogspot.com/
quinta-feira, 27 de maio de 2010
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Delegado Clayton Leão é assassinado em Camaçari
Delegado Clayton Leão foi morto no momento em que dava entrevista a uma rádio de Camaçari
O delegado titular da 18ª CP, delegacia de Camaçari, Clayton Leão, foi assassinado na manhã desta quarta-feira, 26, na estrada da Cascalheiras, que é uma pista alternativa para os motoristas que não querem usar o pedágio, entre Abrantes e Camaçari. De acordo com informações divulgadas no site da rádio Líder, Leão concedia uma entrevista ao vivo à emissora.
Clayton estava no carro acompanhado da esposa, que não teve o nome revelado e não foi baleada. De acordo com a polícia, três homens interceptaram o veículo do delegado e atiraram contra ele (confira aqui o áudio da entrevista que registra o momento em que o delegado é baleado). Clayton Leão morreu no local e não chegou a ser socorrido.
Policiais do Comando de Operações Especiais (COE), Caatinga e Rondas Especiais (Rondesp) estão no local do crime, além de delegados e do delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo. Um helicóptero da Polícia Militar (PM) ajuda nas buscas aos criminosos. Familiares de Clayton acompanham a ação.
Policiais e populares observam o local do crime que vitimou delegado Clayton Leão
Entrevista - "Era uma entrevista sobre segurança em Camaçari. Um apanhado do tempo dele (do delegado) na cidade. Ele estava falando que a segurança estava melhorando e que estava morando com a família em Camaçari porque confiava na segurança. Já tinha mais de dez minutos de entrevista, quando ouvimos um estampido e ele (Clayton) falando 'peraí, peraí' e a esposa pedindo socorro. Achamos que foi um acidente (de carro), mas depois ouvimos a esposa dizer que ele foi atingido", contou o radialista Raimundo Rui, que divide a apresentação do programa "De olho na cidade" com o colega Marco Antônio.
"Ele vinha dar uma entrevista ao vivo para a gente, mas como não deu tempo, ele ligou pedindo para falar por telefone. Então parou o carro na estrada das Cascalheiras para conceder a entrevista", explicou Miriam Soares, recepcionista da rádio. Agentes da Central de Telecomunicações das Polícias (Centel) informaram que Leão se dirigia à delegacia no momento do crime.
Destaque - Antes de assumir a 18ª delegacia, em Camaçari, no final de 2009, Clayton Leão Chaves, 33 anos, se destacou como coordenador do Grupo de Repressão a Roubo a Estabelecimento Financeiro (GRREF), do COE (Centro de Operações Especiais), onde atuou durante quatro anos. Desde que tomou posse, Leão realizava um trabalho de enfrentamento ao tráfico de drogas na cidade.
O delegado participou da Operação Pégasus, que efetuou dez prisões em Camaçari. A operação foi deflagrada em dezembro do ano passado com o objetivo de cumprir 22 mandados de busca e apreensão e 19 de prisão nas cidades de Camaçari, Dias D´Ávila e Feira de Santana. A principal missão da operação foi desarticular uma quadrilha de roubo de cargas e veículos que atua nas estradas baianas.
FONTE: http://www.atarde.com.br/
Serra defende apoio de Jefferson, envolvido no Mensalão do PT
O PTB apoia o pré-candidato tucado à presidência, José Serra
Em entrevista à Rádio Globo do Rio de Janeiro, o pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, afirmou que a aliança com o PTB, presidido por Roberto Jefferson - envolvido no escândalo do Mensalão do PT -, não apresentará "um preço depois", em referência à troca de favores e promessas de cargos com vistas a apoio político e tempo de TV. Nessa terça-feira (25), Jefferson formalizou o apoio do PTB ao tucano.
Serra disse que quando era governador do Estado de São Paulo trabalhou com o PTB e, segundo ele, "sem ser cobrado por isso". "Tive maioria na Assembleia sem fazer troca-troca", afirmou. A pergunta sobre a aliança foi feita pelo apresentador Roberto Canázio e deu início a uma série de comentários do presidenciável sobre corrupção e impunidade.
Serra defendeu que fosse mudada a legislação para acabar com a impunidade. "O sujeito faz as coisas, é pego com a boca na botija, contrata um advogado bom e fica livre", afirmou. Questionado sobre a intervenção no Legislativo, Serra respondeu: "vou meter o dedo". Segundo o tucano, a culpa não é dos Poderes, "a lei que é torta... tem que enfrentar os que são contra a mudança".
O tucano criticou novamente o loteamento das agências reguladoras, disse também que esse problema piorou muito nos últimos anos. Advogando em causa própria, Serra afirmou ainda que não está se candidatando para prolongar uma realidade que não aprova. "Todo mundo que está comigo sabe que eu não funciono assim, na troca de favores e cargos", completou.
Para afagar os anseios cariocas, o pré-candidato "anunciou", segundo suas próprias palavras, que tratará o Rio de Janeiro acima de divergências partidárias. "Pode me cobrar, me comprometo com você, assumo esse compromisso, é um anúncio". "Conheço o Rio, sei da importância, já trabalhei muito pelo Estado".
FONTE: http://noticias.terra.com.br/
Seleção recebe "boa sorte" de Lula antes da Copa do Mundo
Lula recebe delegação da Seleção no Palácio da Alvorada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desejou boa sorte aos jogadores e à comissão técnica da Seleção Brasileira na tarde desta quarta-feira, pouco antes da viagem do time à Copa do Mundo da África do Sul. A delegação encontrou-se com o presidente em cerimônia na cidade de Brasília, no último compromisso do time do técnico Dunga antes do embarque para Johannesburgo, na África do Sul, para a disputa do Mundial.
O ônibus da Seleção chegou pontualmente às 15h no Palácio da Alvorada para o encontro. E o "isolamento" do grupo, que já foi tona em Curitiba, onde a equipe treinou nos últimos dias, continuou: o veículo com os jogadores entrou por um acesso lateral, sem qualquer contato com a multidão de torcedores vestidos de verde-amarelo que aguardava as estrelas.
A cena se repetiu na saída. O vidro da janela dos jogadores estava fechado e a torcida sequer ganhou um aceno. O grupo também deixou o encontro sem falar com os vários jornalistas que foram ao Palácio da Alvorada. Coube ao ministro do Esporte, Orlando Silva, a missão de contar os "bastidores" do evento.
"O presidente procurou transmitir uma mensagem de confiança. Falou como presidente, mas mais do que como presidente, falou como torcedor, como uns dos 190 milhões de brasileiros que confiam que a Seleção vai dar o máximo de si para conseguir o melhor resultado", disse o ministro, acrescentando que Lula atendeu ao pedido de vários jogadores que queriam sair em fotos individuais com o presidente.
No encontro, quem roubou a cena foi a primeira-dama Marisa Letícia. A mulher de Lula se vestiu "a caráter" e usou a camisa com o número 2 da Seleção autografada pelos jogadores, que ganhou de presente. Já o presidente estava formal, de terno, e fez questão de cumprimentar cada um dos atletas presentes, além de Dunga e outros membros da comissão técnica.
A "reunião" de Lula com o elenco da Seleção durou aproximadamente 40 minutos. Logo depois, a delegação retornou ao ônibus e seguiu para o Aeroporto Internacional de Brasília. O embarque rumo à África do Sul está marcado para as 17h (de Brasília).
A Seleção Brasileira está no Grupo G, ao lado de Coreia do Norte, Costa do Marfim e Portugal. A estreia brasileira será no dia 15 de junho, às 15h30 (de Brasília), contra a Coreia do Norte.
FONTE: http://esportes.terra.com.br/
terça-feira, 25 de maio de 2010
Bahia goleia Vila Nova e assume liderança da série B
Com dois gols de pênalti, Rodrigo Grahl ajudou Bahia a ultrapassar Náutico na primeira posição
O Bahia deu mais uma mostra nesta terça-feira de que pode brigar pelo acesso à primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Jogando no Estádio Serra Dourada pela quarta rodada da Série B, o time do técnico Renato Gaúcho goleou o Vila Nova com facilidade por 4 a 0 e assumiu a liderança da competição.
Com o resultado, os baianos mantiveram a invencibilidade, somando dez pontos em quatro partidas - foram três vitórias e um empate. O time empata em pontos com o Náutico, mas leva a vantagem na briga pelo primeiro lugar no saldo de gols: 6 a 4. Já o Vila Nova segue com três pontos, e agora está mais próximo da zona de rebaixamento: é o 16º.
Mesmo jogando fora de casa, o Bahia partiu para cima e abriu o placar logo aos 9min do primeiro tempo. Ananias invadiu a área pela esquerda e foi derrubado pela marcação. Pênalti, que o experiente Rodrigo Grahl cobrou no centro do gol para converter e abrir o placar.
O Vila, que ainda teve Anderson Melo expulso no primeiro tempo, sofreu o segundo gol após o intervalo. Aos 13min, Vander recebeu pela esquerda na área, cortou para o meio e bateu com categoria no ângulo, sem dar chances para o goleiro Weverton.
O próprio Weverton cometeu novo pênalti aos 26min, derrubando Rogerinho. Rodrigo Grahl foi de novo para a cobrança e, desta vez, bateu no canto esquerdo do goleiro para fazer. Dois minutos mais tarde, Ávine recebeu pela direita, invadiu a área, esperou a saída de Weverton e tocou na esquerda para Ananias, que teve tranquilidade para fazer 4 a 0 e dar números finais à goleada.
Derrotado em casa, o Vila Nova tentará a reação como visitante na quinta rodada, enfrentando o Paraná Clube em Curitiba na sexta-feira a partir das 21h (de Brasília). No dia seguinte, às 16h10, o Bahia hospeda o Sport Recife, que faz mal início de Série B e ocupa uma das quatro vagas para a zona de rebaixamento para a Série C.
FONTE: http://esportes.terra.com.br/
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Olhos nos olhos com Clóvis de Barros Filho
Pouco antes de sua palestra no Tênis Clube, CLÓVIS DE BARROS FILHO falou à página. Advogado, jornalista e professor universitário, esteve em Santos para lançar, em concorrido evento da Porto Seguro, o livro A Vida Que Vale a Pena Ser Vivida (Vozes), escrito em parceria com Arthur Meucci. Graduado em Direito e doutor em Ciências da Comunicação pela USP, em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero, mestre em Ciência Política pela Universite de Paris III, simpático e atencioso respondeu às perguntas.
Como é a vida que vale a pena ser vivida?
É sem escrever livros... Eu tenho a impressão de que o fato de escrevê-los e ter de lançá-los torna a vida angustiante. A dificuldade para estacionar o carro e descer a Serra fazem da vida de um escritor algo um pouco atribulado. A nítida impressão que dá é que a vida que vale a pena ser vivida é a do outro, mas isso é um erro muito grande, porque nunca sentimos a tristeza do outro. Na verdade a única vida que pode, mesmo, valer a pena é a nossa.
As pessoas estão preparadas para essa vida?
Não. De certa forma a ambição de eliminar a tristeza faz com que o homem se apegue a muletas de todos os naipes, que supostamente o protegeriam. Estas muletas vão desde as transcendências religiosas até a autoajuda e a qualidade de vida. Fórmulas, escudos, protetores contra o mundo como ele é. Enquanto não abrirmos o peito pra encará-lo e vivermos à mercê desses subterfúgios, passaremos a vida em vão.
O que impede as pessoas de viverem uma vida plena?
O maior obstáculo é não entender a distância entre uma vida boa e uma vida bem-sucedida. As pessoas acabam confundindo as duas e, de tanto buscar o aplauso do outro, acabam se esquecendo de si mesmas e, portanto, da própria vida.
Há algumas ações pontuais que fazem a diferença no dia a dia?
O primeiro passo é a luta sem trégua em defesa da soberania de definição da própria existência. Estamos escravizados por múltiplos senhores, a sociedade nos impõe protocolos, modelos, programas de conduta, padrões estéticos que nos amordaçam, que nos escravizam. Enquanto não conseguirmos encontrar nesse espaço de tiranos um pequeno lugar para nossa soberania, estaremos à mercê de forças que nos transcendem. Estaremos governados pelos outros, e aí a vida será necessariamente fracassada.
Por que tratar a Filosofia como principal objeto da felicidade humana?
A Filosofia tem por objeto a vida boa e talvez patrocine isso quando oferece, a quem se interessar por ela, instrumentos de reflexão sobre o que significa viver. A Filosofia, por si só, não garante vida feliz a ninguém, porém pode permitir entender o que não esperar da vida. Ajuda a reduzir a esperança e, como estou convencido de que uma vida boa é desesperançada, acredito que ela contribua para uma vida melhor.
Qual é a hora de mudar as escolhas?
É qualquer hora em que a vida é vivida. Nunca é tarde ou cedo para viver bem e melhor, nem para refletir e, portanto, filosofar, sobre a própria existência. Não há um tempo. Tudo o que é passado, pretérito e mal vivido é irrecuperável.
Como, então, se preparar para as consequências das mudanças?
Toda a manifestação de um desejo, ou de uma pulsão, obriga a um realinhamento, um desacomodamento do mundo, e isso enseja reação. É preciso saber que ela existirá.
Cite algum preceito filosófico que até hoje continua atual para o bem viver.
Quando Spinozza diz que a alegria é a passagem de um corpo menos potente para um corpo mais potente, que impulsiona para agir e determina o encontro com o mundo, percebo que essa reflexão do século XVII é absolutamente contemporânea e relevante para quem busca viver melhor.
O que você faz para colocar em prática o discurso de seu livro?
Ah, não coloco, não... Eu vivo como qualquer outra pessoa, oscilando entre alegrias e tristezas, mais com tristezas do que com alegrias. Tenho as minhas ilusões e esperanças. O livro é outra coisa.
FONTE: http://www.jornaldaorla.com.br/
domingo, 23 de maio de 2010
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