sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morre o escritor português José Saramago


O escritor português e Prêmio Nobel José Saramago, de 87 anos, morreu na ilha espanhola de Lanzarote, onde residia, informou à AFP uma fonte de sua editora nesta sexta-feira.

Saramago nasceu em Azinhaga, Golegã, em 16 de novembro de 1922, e recebeu o Nobel de Literatura em 1998. O autor de "O Evangélio segundo Jesus Cristo" e "Ensaio sobre a cegueira" vivia em Lanzarote desde 1993 com sua esposa, a jornalista Pilar del Río.

Nos últimos anos foi hospitalizado em várias oportunidades, principalmente devido a problemas respiratórios. Segundo a imprensa espanhola, que citam fontes de sua família, o escritor morreu em sua residência depois de ter passado uma noite tranquila.

Atualmente, estava preparando um livro sobre a indústria do armamento. "Não será sobre o Corão, mas será sobre algo tão importante quanto todos os corões do mundo: por que não há greves na indústria do armamento". "Uma greve na qual os operários digam: 'Não construímos mais armas'", afirmou, em entrevista em novembro.

"Todo mundo tem armas, vivemos numa sociedade de violência, que é aceita e a televisão está nos dizendo todos os dias que a vida humana não tem nenhuma importância", acrescentando.

Biografia

O português José de Sousa nasceu em 16 de novembro de 1922, na pequena aldeia portuguesa de Azinhaga, no Ribatejo, região central do país. Ficou mais conhecido, no entanto, pelo sobrenome de sua família paterna, Saramago, que o funcionário do Registro Civil acrescentou após seu nascimento.

Sua família mudou-se para Lisboa quando José tinha dois anos. Aluno brilhante, ele teve de abandonar o ensino secundário aos 12 anos, por causa da falta de recursos de seus pais.

Ateu, cético e pessimista, Saramago sempre teve atuação política marcante e levantava a voz contra as injustiças, a religião constituída e os grandes poderes econômicos, que ele via como grandes doenças de seu tempo.

"Estamos afundados na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista, ou é estúpido, ou insensível ou milionário", disse em dezembro de 2008, durante apresentação em Madri de "As pequenas memórias", obra em que recorda sua infância entre os 5 e 14 anos.

FONTE: http://www.atribuna.com.br

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