domingo, 13 de março de 2011

Guarujá - SP: trabalhadores sergipanos acusam empresa em Guarujá de irregularidades


Os operários vieram de São Domingos, Sergipe, e estão alojados em uma casa com condições precárias

Trabalhadores da Engetal Engenharia, que presta serviços para a Prefeitura de Guarujá nas obras de canalização do Rio Acaraú, na Vila Áurea, em Vicente de Carvalho, acusam a empresa de ferir direitos trabalhistas.

Os seis operários vieram da cidade de São Domingos, em Sergipe, e estão alojados em condições precárias numa casa em Vicente de Carvalho. Depois de um mês de trabalho, na última sexta-feira a empresa comunicou que eles seriam demitidos.

O encarregado Osmar de Jesus Silva, de 22 anos, alega que a empresa não depositou corretamente o valor das verbas rescisórias e que desde sexta-feira os seis não recebem alimentação da empreiteira. “Nós nos recusamos a assinar a demissão e queremos nossos direitos”.

Sem motivo

Segundo Osmar, os trabalhadores viajaram três dias para chegar em Guarujá, com a promessa de que o serviço duraria pelo menos um ano.

“Sem mais nem menos eles demitiram a gente. Fizemos dívidas em nossa cidade para comprar as passagens e vir para cá. Agora o dinheiro que eles depositaram praticamente não paga a nossa volta para casa”, revolta-se Osmar, que deixou na cidade natal a mulher e um filho de apenas 15 dias.

A casa onde os operários estão morando não tem condições mínimas de habitabilidade. O banheiro está com problemas de extravasamento de esgoto e um dos cômodos está alagado por causa de uma infiltração de água na laje.

Micose

O ajudante de pedreiro Rafael dos Santos, de 20 anos, alega que contraiu uma micose por falta de equipamento de trabalho. “Tive que entrar no Rio Acaraú sem botas adequadas e agora estou com várias feridas na perna”.

Diego de Jesus Santos, outro ajudante de 20 anos, mostra que na carteira de trabalho a remuneração é por horas trabalhadas. Cada hora vale R$ 3,77. “Um ajudante ganha cerca de R$ 830,00. Trabalhamos um mês e depositaram pouco mais de R$ 600,00, já contando com as verbas rescisórias. Tá errado”.

O encarregado geral da Engetel, Ely de Almeida, nega as acusações. Ele argumenta que a empresa pagará as passagens para o retorno dos trabalhadores a Sergipe.
“O contrato de trabalho é de 45 dias, prorrogáveis por mais 45. Eles trabalharam 30 dias, nós pagamos 45 dias mais a multa. Estou à disposição para acompanhá-los ao Ministério do Trabalho para que um novo cálculo seja feito”.

Em relação à alimentação, Ely garante que o estabelecimento próximo ao alojamento conveniado com a empresa continua fornecendo refeições para os operários. “Também nos prontificamos a acompanhar o trabalhador que contraiu a micose ao médico e no exame demissional. Arcaremos com despesas de atendimento e com os medicamentos”.

Obra

Segundo Ely de Almeida, as obras, orçadas em R$ 8 milhões, seguem normalmente. Os serviços haviam sido paralisados em outubro de 2008 por falta de prestação de contas do governo municipal junto ao Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade). A obra recomeçou no início deste ano.

Fonte: http://www.atribuna.com.br

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